domingo, 14 de agosto de 2011

Convém notar que cadeira iraniana significa precisamente que estamos em qualquer lugar fora o Irã, claro que lá chamaríamos de cadeira, ou se fôssemos incrivelmente chatos de cadeira tipicamente iraniana, caso em que faríamos qualquer negócio menos sentar sobre o objeto sacro. Daí que queijo suíço não existe na Suíça, macarrão à bolonhesa é impossível em Bolonha, café carioca no Rio nunca, de modo que é fácil perceber o quão insólito é o fato de que teríamos que levar french fries de Nova York para Paris tentando unir o útil ao agradável e depois ir para a cadeia por batizar a batata em inglês ou por levar para solo francês ketchup. Prova de que não foi peixe nenhum que descobriu a água, quase tudo de memorável de qualquer lugar não pode existir no mesmo qualquer lugar mas só em qualquer outro, talvez uma condição do universo, uma lei da ONU ou a prova de que nunca existiu queijo suíço e tudo não passa de um meia cura maquiado.


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Como mulher insuportavelmente chata mas que cheira bem e dorme com cara inocente, você sempre se afeiçoa por coisas que na verdade deixaram de funcionar anos atrás mas que para trocar você imagina o trabalho, nem pensar, vamos ficar aqui mesmo no sofá que tudo passa e logo hoje não é um bom dia para se tratar disso. Assim as lâmpadas queimadas, a descarga que faz barulhos estranho e só para quando apanha, o fogão automático que atualmente usa fósforos, a torneira que pinga se você apertar muito pinga se você apertar pouco pinga na verdade pinga é só ir até o fim pinga e voltar um pouquinho pinga e agora é torcer pinga para parar quem sabe deu certo. Na verdade em algum momento tudo se arruma, fora a cara de inocente e o taco que descola bem no seu caminho, resumo da piada, universo tirando sarro da sua cara.

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