quarta-feira, 11 de maio de 2011

Ela me disse que não, arriscado, o marido está perto, o que é uma forma absolutamente encantadora de sim. Quer mas não pode, só um pouco, até começar, logo, a poder. Isso não seria nem dito aqui, senhoras casadas não fazem essas nojeiras e mesmo se hipoteticamente fizessem não deveríamos jamais acreditar quando alguém conta. Na verdade não existe aqui nenhuma falta de cavalheirismo, isso é coisa da tecnologia, esse diabo com rabo ligado na parede que todos sabemos manda nas nossas vidas. Meu teclado às vezes parece que vai ter um troço e não há quem segure o rosário de mentiras, barbaridades, jabaculês, hipérboles, mandingas, insultos, coisas que nem eu mesmo acredito quando leio, não costumo ser de viadagem mas já aconteceu de fechar o olho e não querer mais ler o que saía dali por coisa de 11 linhas, falo de um trecho de minha autoria que até hoje naturalmente desconheço, de maneira que não poderia nem argumentar inocência ou assumir a culpa caso alguém com o coração petrificado resolvesse como forma de castigo ou por simples prazer, sei de casos que mulheres de salto, casadas ou não, pisam nas vergonhas alheias e se matam de prazer enquanto os carpetes gritam, resolvesse como eu dizia antes de contar das loucas que esmagam sacos, ler para mim, em voz alta e dizendo que fui eu, textos que jamais saberei se escrevi ou não, incluindo detalhes da putaria mais baixa que fariam pessoas com razoável experiência no meretrício sorrirem envergonhadas enquanto baixam a cabeça e colocam a mão com esmaltes de gosto duvidoso na testa, preocupadas com a direção para onde o mundo segue; tenho certeza de que isso é prova cabal do absoluto perigo da eletricidade.

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