domingo, 1 de maio de 2011

Parece coisa única mas a freira veja nunca é toco, note que sempre dentro da roupa mora uma mulher ou algo assim. O negócio é que é muito importante perceber desde já que a coisa é um sistema, um todo feito de partes, móveis ou não, depende da freira e não pergunte que não conheço, de longe parece aquilo que você sabe e reza para não encontrar no mesmo avião. Assim jamais maciça, senhora simpática de olhar sádico carrega em cima de si a igreja e as cruzadas, bruxas queimadas e prédios góticos, confissões e quem sabe batinas largadas, talvez não por ela, sabe-se lá, depende da freira, talvez a batina largada fosse só caso de lavanderia. Da mesma maneira guardas e médicos, soldados ou garis, qualquer tipo uniformizado carrega a corporação e tudo que ela tem de lindo e imprestável, vidas salvas e barbeiragens, prisões e propinas, guerras e seja lá o que de bom os soldados fazem, limpeza e seja lá o que de imprestável os garis fazem. Nós, que andamos sem uniforme, carregamos as etiquetas, o preço ou as marcas, quem sabe uma mancha de cândida ou café, um descuido que nos une eternamente, fazemos parte da corporação dos que babam na gravata, da companhia internacional dos que pisaram em algo estranho durante o almoço, da federação dos seres que não notam que a cueca aparece acima da calça, federação essa distinta dos que tiram a cueca para fora da calça de propósito. Devotos da salsa nos dentes, somos o exército das meias furadas nos restaurantes japoneses, especialistas da união internacional dos amigos com preguiça de trocar lâmpadas queimadas, sócios do clube local de proprietários de torneiras que pingam, fácil notar por nossos trajes, somos os cooperados da cafeteria ruim, em dias quentes, a armada dos sovacos impressos. Sem nossa colaboração triunfal, esse mundo seria absolutamente infame.

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