domingo, 5 de junho de 2011

As aulas de quarta são o que existe de melhor. Ninguém sabe se há possibilidade de uso daquele tipo de informação em uma vida terrena, mas nada tão útil como perder o tempo supostamente precioso. Não se pergunta para que serve o jazz. O jazz você perceba, é. Notei pela curva da testa em continuidade matemática se transformando em palha, que, de qualquer ângulo que se olhe, Amálio não usa chapéu. Como aquele tipo de pianista cujo cérebro já não reconhece mais o que é mão ou tecla, ninguém sabe o que é chapéu ou Amálio, pensamento ou assombro. Pelas curvas que eram cabeça e agora não, é óbvio para as crianças que o chapéu do homem não existe, engulam o choro; coelho poesia ou riso nervoso, aceitemos a verdade, algumas cartolas são feitas de mato.


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“Perto de jururu a palavra triste é de absoluta má qualidade.”

“Uma expressão boa no Chile para esse tipo de gente é: esse cara caga de perna cruzada.”

“Devemos praticar sempre algum tipo de obscenidade ativa.”

“Vibro muito quando um condomínio fechado é assaltado.”

“Aí o motorista me disse: foi nesse rio aí, a sucuri comeu o dentista. Perceba o humor acachapante dessa frase.”


Não sei se reconheceram o corpo do dentista pela arcada ou se pela cadeira reclinável e com iluminação envolta em magipack, o que obviamente deve ter causado alguma indigestão à cobra, mas acontece que não é possível inventar esse tipo de coisa. O homem, como eu disse antes, é gênio, estão aí palavras dele, dando com a língua nos dentes o que já era de velho absoluta certeza.

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