domingo, 10 de julho de 2011

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Em pouco tempo você percebe que reuniões são todo motivo necessário para não encontrar mais ninguém. A não ser que paguem. Você deveria cobrar pra ir a casamentos, batizados, cobrar o dobro por uma colação de grau, cobrar mais que isso por um chá de cozinha. Cobrar por almoços estúpidos, por visitas que te atrapalham, por gente que te telefona fingindo que sente saudade quando precisa de mais um favor. Cobrar por festas, cobrar por happy hours. Cobrar a vista, ou como fizeram suas ex-mulheres, cobrar a prazo. Desde que você comece a cobrar. Cobrar quando te ligam contando que lembraram que te foderam, três vidas atrás, e precisam de perdão. Ou de uma explicação para que não mais te fodam nessa. E um orçamento.

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E se cada corrida, após o tiro de largada, pudesse seguir em qualquer direção. Se antes do pódio o acaso aparecesse, e mudasse a direção, o piso, a distância e o motivo. Ganharia quem enxerga o fim antes de começar a correr, ou quem corre sem se importar para a direção? Ganharia o mais rápido? O mais alto? Ganharia quem enxerga melhor?

Eu sempre aposto em quem desvia do tiro da largada.

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