segunda-feira, 18 de julho de 2011

Este livro é para ser lido como qualquer outro, nenhuma novidade, siga as regras que você supostamente aprendeu na escola. Abra na página cujo número equivale a sua idade, e siga daí para a frente, até encontrar qualquer indicação numérica. Todos sabem disso, claro. Duas camisas (2), quatro casas (4), seis notas de algum dinheiro (6), 34 seios (34) ou 176 centímetros (176). Mude assim que ler a indicação para a página correspondente, aguarde a próxima (convém tentar). Deixe para o fim páginas não lidas e em nenhuma hipótese leia a página 145. Isso não é uma indicação numérica, é uma ordem.


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Lembro de uma cadeira iraniana, que segundo minha mãe era algo frágil, que ninguém sentasse ali, caso em que ela desceria a mão. Uma cadeira pode ser arma, alvo, apoio para os pés, peça de museu, item de colecionador, obra de arte, uma raridade, velharia, pode ser bamba quase quebrando ou o motivo da topada. Você sempre pode sentar na mesa ou no chão, no colo ou na escada, na cama. Você pode às vezes, claro, sentar em alguma cadeira. Perceba que uma cadeira pode a qualquer momento ser qualquer coisa, aconchego ou obstáculo, imitação péssima de uma geleira, apoio para a almofada suja, cabide ou sua companhia para o jantar. Uma cadeira, seja lá o que isso for, convém correr caso ela se mexa, depende daquilo que você acha dela, de como se relaciona com a possibilidade de estar enganado e provavelmente ter sentado onde não devia. Sobre isso é a caixa amarela. Sobre a importância de tudo aquilo que você ainda acha que não existe.


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Comprei hoje Jesus Cristo, 70 dinheiros. Inflação, já houve quem pagou 30.

Vá lá, o meu é cromado.


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